NÓS
Francisco Cândido Xavier
(Espírito de Emmanuel)
Emmanuel
A família consangüínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se enriquecem de paciência, renúncia e boa vontade.
De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.
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Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a esfera superior aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, a fim de restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para frente.
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Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos.
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Se for pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.
Os filhos são comparáveis a “tratos de terra espiritual” que devolverás, invariavelmente, à Espiritualidade na pauta da sementeira que lhes ofertes.
Se for filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações quando te parecem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na individualidade a região agora menos burilada e menos atendida.
O companheiro mais idoso, em toda parte, é o espelho do teu próprio futuro.
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Aprende a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância, para que a experiência em família não se te desapareça no tempo, sem proveito para o grande caminho.
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Quem não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos.
Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a benefício dos irmãos de tarefa ou de lar, debaldes se erguerá por salvador de criaturas e situações que ele mesmo desconhece.
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Cultiva o trabalho, o silêncio e a generosidade e conquistarás o respeito, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.
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Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe na vizinhança, a inspiração e a diretriz, no culto do Evangelho.
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Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.
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Procura atender e auxiliar a todos em casa para que todos em casa te entendam e auxiliem na solução dos problemas do cotidiano.
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O lar é o porto de onde a alma se retira para Além do Mundo e quem não transporta no coração o lastro da experiência cristã, dificilmente escapará de surpresas inquietantes e dolorosas.
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Procura o Evangelho com todos ou sozinho.
Recorda que todo dia é dia de começar.
ANOTAÇÕES DE AMIGO
Emmanuel
Enquanto na vida terrestre, em muitas ocasiões, chega um dia em que reconhecemos não haver amado bastante, e sofremos por isso...
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Por semelhante razão é que nos empenhamos a dizer-te, - nós, os amigos que já fomos desligados do corpo físico, - que, se te dispões a fazer o bem ao próximo, ainda que estejas na melhor forma de saúde, aproveita o tempo para fazer isso agora porque hoje é mais tarde do que pensas.
COMO FALAR ? COMO ESCREVER ?
Emmanuel
“E tornando a inclinar, escrevia na terra”.
João, 8:8.
Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, por veiculares imposições e difundir enganos na Terra? Quantos espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa possibilidade para atender a venenosos caprichos individuais? Aqui se escreve para a consecução de determinados objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.
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Quantas vezes, nós mesmos, teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual?
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Quem escreve precisará lutar contra numerosas leviandades que ameaçam o espírito. É indispensável guardar-se todos os dias. E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus que não deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.
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Imposta considerar, no entanto, que o Mestre Divino escreveu na Terra.
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Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto de Cristo?
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Quem poderá passar no planeta sem grafar alguma idéia nos caminhos do mundo? Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.
No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens; nas cidades construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.
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A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.
Ainda que não percebas, está escrevendo diariamente. Se for a criatura de entendimento frágil, se ainda não tens o contato com os ensinamentos do Cristo, não de descuides da escrita diária.
Vê o que gravas nas páginas da vida.
Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou sombrias do coração.
A Terra está registrando o que fazes.
Não manches o livro que o Pai nos confiou.
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Auxilia, perdoa, trabalha, ama e serve, gastando sensatamente os recursos que o Céu te situou no caminho e nas mãos, como quem sabe que a Contabilidade Divina a todos nos procura no grave instante do acerto justo.
CONQUISTA DA PAZ
Emmanuel
Procuras a paz...
Obterás semelhante bênção...
Não retendo excessos de recursos amoedados sem utilidade...
Não fugindo às obrigações com as quais te comprometeste...
Não cultivando rebeldia, menosprezando o trabalho que te sustenta...
Não mergulhando os próprios sentimentos em paixões desenfreadas...
Não com a indiferença pelas necessidades e provações dos companheiros da
caminhada humana aos quais a própria vida te pede considerar e auxiliar...
A paz virá ao teu encontro, e residirá contigo, sempre que te mantenhas na consciência tranqüila, sobre os alicerces do teu próprio dever retamente cumprido.
CULPA, CARIDADE E LIVRE ARBÍTRIO
Emmanuel
A culpa é descida, mas a caridade é soerguimento.
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Pelo erro no mal, enreda-se o homem no labirinto da dor.
Pelo esforço no bem, liberta-se para a vitória a que se destina.
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Enganando-se nas teias da ilusão em que transita na Terra, arroja-se a alma a fundos despenhadeiros de sombras; todavia, descerrando os próprios olhos à verdade e buscando-a pelo plantio do amor, acende nova luz em si mesma, estruturando novos caminhos.
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Subsiste a expiação, enquanto perdura o prejuízo às leis que nos regem e abrem-se vastos horizontes de paz ao Espírito que luta em si mesmo, tão logo se consagre ao trabalho do próprio aperfeiçoamento.
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Recordemo-nos de que no estágio evolutivo em que nos achamos ninguém existe sem débitos a resgatar.
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Todos temos peregrinado na senda escura do remorso, após haver desencadeado sobre nos mesmos à longa série de causas aflitivas a que, imprevidentes, nos imantamos.
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Não passamos, por agora, de almas em reajuste, na oficina das provas, após o desastre de nossas deliberações infelizes.
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A culpa, por enquanto, é fantasma interior que nos persegue em todos os ângulos do mundo, sob as mais variadas formas.
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Da defecção diante do Cristo, todos partilhamos em nossas experiências, mas pela caridade bem vivida, que dá de si sem pensar em si, que se sacrifica e ampara, que tudo suporta, entende, auxilia e espera, poderemos lavar o tecido sutil de nossa alma, recuperando-nos as forças para aprendermos a servir sempre.
Para isso, porém, é preciso saibamos usar a vontade.
Somos senhores na resolução e escravos nas conseqüências.
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Compreendamo-nos, mutuamente, e amemo-nos, mobilizando o nosso livre arbítrio na criação do futuro melhor.
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Todos trazemos na intimidade do próprio ser a nossa dor, a nossa aflição, a nossa prova ou o nosso problema...
E estendendo braços fraternos, uns aos outros, perceberemos que só o amor bem dividido pode multiplicar a felicidade.
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Não nos detenhamos na culpa.
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Usemos a caridade recíproca, e, com a liberdade relativa de que dispomos ser-nos-á então possível edificar, com Jesus, o nosso iluminado Amanhã.
DA UNIÃO COM DEUS
Emmanuel
“Por isso também os que sofrem, segundo a vontade de Deus, encomendam
as suas almas ao fiel Criador, na prática do bem”. I Pedro,4:19.
Basta que o sofrimento nos alcance de leve e sentimo-nos para logo necessitados da Assistência Divina.
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Ainda quando filosofias negativistas nos tenham desfigurado o raciocínio ou a palavra, se o perigo nos ameaça, secreta intuição nos afirma que Deus zela por nós e para Deus nos voltamos de imediato.
Enquanto isso ocorre, vale pensar na forma aconselhável e justa de nos encomendarmos ao Criador.
Decerto que muitas maneiras existem de preparar semelhante ato de confiança, tais como a oração que sublima e o estudo que esclarece, o trabalho que realiza e o entendimento que reconforta; entretanto, o processo mais alto de nos dirigirmos corretamente ao Pai que está nos Céus é aquele da prática do bem.
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Não nos iludamos.
Mais dia, menos dia, todos sofrem.
Há, no entanto, quem sofra com revolta, desânimo, desespero e rebeldia, perdendo o valor da prova em que se vê.
Convençamo-nos, sejam quais forem as circunstâncias em que nos achemos, que a maneira exata de nos entregarmos à Providência Divina será, na essência, auxiliar, abençoar, desculpar e servir, sempre e sempre, em toda parte, porquanto o serviço ao próximo é o ponto certo de nossa ligação com Deus.
ESPERANÇA E CORAGEM
Emmanuel
Deixa que a tua palavra de fé venha a cair na terra dos corações, por semente do futuro.
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Caridade é também doar esperança e coragem aos companheiros que estão prestes a desfalecer, na luta pela vitória do bem.
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Dirás talvez que já repetiu o teu apelo à solidariedade e à concórdia, vezes e vezes, sem que ninguém te desse atenção.
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Entretanto, guarda a certeza de que alguém terá escutado a tua mensagem e saberá transmiti-la em ambientes que desconheces.
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Sempre que possível, atira uma pétala de otimismo e de amor, entre aqueles que te cercam, descortinando-lhes a Vida Espiritual.
O vento das horas transportará o que disseste para o bem dos outros e de tuas afirmativas surgirão frutos de paz e bênção que, de retorno a ti, envolver-te-ão em vibrações de confiança e alegria.
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Lembramo-nos das palavras de Jesus, dentre as muitas que atravessaram a barreira dos séculos:
“Tenho compaixão da multidão”.
EXAMINANDO A RIQUEZA
Emmanuel
Valores corretamente distribuídos definem o bem comum.
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Recursos aplicados com amor exprimem solidariedade e beneficência.
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Suor entesourado no templo doméstico, a expressar-se em forma de higiene e sobriedade, elevação e conforto constituem aquela dignidade de viver, acessível a todos os corações que se levantam na consciência reta para o culto do bem a cada dia.
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Para semelhantes misteres confia o Senhor aos homens variadas tarefas, nos setores da administração e da responsabilidade, seja nos fastos da vida pública ou na comunhão doce do lar.
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Entretanto, se a propriedade a título precário, segundo as Leis Divinas, que outorgam ao espírito encarnado a condição de usufrutuário dos bens do mundo, é sempre respeitável, tornar-se imperioso considerar que toda a acumulação inútil dos recursos da Terra, sem proveito para as criaturas irmãs, demonstra avareza, a exprimir-se por perigosa enfermidade da alma.
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Todo valor da vida é precioso, quando em circulação a benefício da própria vida, verdade cristalina que vemos na água pura a converter-se em corrente enfermiça, quando no cárcere do poço, sem utilidade para ninguém, e no sangue robusto que, na parada súbita, determina o desastre orgânico.
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Façamos do serviço incessante o nosso maior tesouro, de vez que as calamidades da sovinice são toleradas no mundo para corrigir com amargas desilusões aqueles que a cultivam, de vez que os ricos ociosos e avarentos e os pobres inertes e revoltados, perante a Lei, acusam peso análogo na balança da evolução.
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Só o trabalho é fonte de riqueza imperecível e somente a educação é luz a nortear-lhe os movimentos para mais altos destinos.
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Aprendamos a servir, aperfeiçoando-nos, e traremos conosco, no coração, e no cérebro, a paz e o amor que representam, em nossas almas, o incorruptível patrimônio de Deus.
FÉ, ESPERANÇA E AMOR
Emmanuel
Se tiveres fé, guardarás contigo a esperança e quem recolhe a esperança traz o coração a transfundir-se em amor...
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Observa a fé inspirando o trabalho digno em todos os círculos da luta que te rodeia...
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Confiante, o lavrador arremessa ao seio da terra a semente humilde que lhe garantirá o celeiro, mas para que a colheita lhe responda ao trabalho, conserva os dons da esperança e do amor, valendo-se do solo enlameado de chuva encharcante, da canícula abrasadora e do suor que lhe exaure as energias...
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Seguro de si, o construtor planeja a construção da casa nobre, traçando-lhe as linhas essenciais, contudo, para concretizar o projeto, espera e ama, utilizando-se do martelo e da picareta, do barro e da pedra.
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Tudo no Universo, nas operações mais simples a que a nossa existência se ajusta, é ato de fé, gerando a esperança e o amor que sustentam as bases da vida.
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Confiando, alimenta-se o homem e assegura o próprio equilíbrio.
Confiando, vale-se das experiências de quantos lhe precederam a marcha no pretérito distante e desenvolve-se na ascensão à sabedoria.
Confiando, cresce mentalmente e aperfeiçoa-se, convertendo-se em amparo dos caídos, em condutor dos fracos, em protetor dos aflitos e em benfeitor dos que padecem...
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Para isso, porém, para que atinja em seu próprio roteiro a coroa de Humanidade que a fé lhe designa, é preciso saiba esperar e amar, sempre, compreendendo que todos os seres e todas as cousas são importantes, na economia do mundo, e que a dor não é senão degrau de bênção ocultas, que lhe compete aproveitar e superar, na subida triunfante à radiosa imortalidade a que se destina.
NA ORDEM SOCIAL
Emmanuel
Observa no próprio lar as forças diferentes que se congregam, nutrindo-te a segurança, para que te não furtes ao dever de servir:
O legislador, cujo pensamento garante a harmonia na via pública.
O engenheiro que te traçou o plano da moradia.
O pedreiro que levantou o edifício a que te acolhes.
O pintor que te alegrou o ambiente.
O operário que te trouxe a bênção das águas ao reduto doméstico.
O braço diligente que te garante combustível e força para que te não faltem calor e luz.
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Pensa ainda nos missionários outro que te oferecem equilíbrio e tranqüilidade:
O médico que te preserva a saúde.
O escritor que te renova às idéias.
O professor que te educa.
O irmão que te estende amizade e reconforto.
O lixeiro que te alivia.
O varredor que cultiva a higiene.
O lavrador que te assegura o alimento.
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Não admitas que o dinheiro seja o único poder aquisitivo de semelhantes valores.
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O ouro, só por si, num mundo de sedentos e esfomeados, não valeria a gota d´água, nem a migalha de pão.
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Refletem na interdependência que nos rege todas as fases da vida e aprende a valorizar teus minutos na extensão do bem.
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Auxiliar a todos com espontaneidade e carinho, é agradecer aos outros o auxílio com que nos seguem.
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Fugir à crítica e à desaprovação, abraçando a solidariedade e o estímulo fraterno é compreender nossas próprias necessidades, de vez que não caminharemos sem o concurso alheio.
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Entendamos a amplitude da colaboração anônima que recolhemos do próximo e, oferecendo ao próximo o melhor de nós mesmos, estaremos com Cristo, nosso Mestre e Senhor, que, no sacrifício supremo, nos ensinou a alcançar a suprema vitória.
OS DONS DE CRISTO
Emmanuel
“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom de Cristo”.
Paulo – Efésios, 4:7.
A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.
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O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritualidade.
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Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.
E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades indispensáveis à ascensão, que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.
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Daí a razão da luz divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.
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Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção igual àquela dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.
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Quanto à existência temporária no mundo, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.
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Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o “solo consciente” do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa vontade será convertida em canal adequado para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das bênçãos do Senhor, ao redor de nós.
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Observa a tua “boa parte” e lembra que podes dilatá-la ao infinito.
Não intentes destruir milênios de ignorância, de um momento para outro.
Vale-te do esforço de auto-aperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.
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Não nos esqueçamos de que a Luz Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons de Cristo.
PERANTE A FELICIDADE
Emmanuel
O problema da felicidade está sempre condicionada ao foro íntimo.
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E porque, ainda mesmo nos assuntos mais transcendentes, não podemos prescindir da simplicidade, em auxílio à nossa argumentação, invocamos a natureza, em cujos degraus evolutivos, é possível observar as crisálidas de consciência nas limitações relativas a que se ajustam.
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Vemos que cada ser nos círculos inferiores à escola humana, possui as alegrias que lhe são próprias.
Para o corvo, a felicidade é a penetração nos detritos.
Para a serpente, é a absorção do veneno com que se fortalece na defensiva.
Para a coruja é a excursão nas trevas.
Para a lesma é a ociosidade incessante.
Para a andorinha é o culto da primavera onde a primavera fulgure.
Para a fonte é o serviço a todos.
Para a árvore é a incansável beneficência.
Para o sol é o privilegio de servir em luminosa doação de si mesmo.
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Cada espírito, qual acontece aos elementos mais simples, demora-se mais ou menos na atitude mental que se lhe afigura como sendo a aspiração satisfeita.
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Para muitos, a felicidade é a imersão na preguiça e no ódio, na discórdia e na crueldade, na penúria e na ignorância, no desalento e na rebeldia.
Entretanto, para as almas acordadas na Revelação do Cristo, a felicidade é a construção de si mesmas para a comunhão ideal com Deus.
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Se já despertaste para a verdade, aceita o trabalho e a renúncia, as aflições e as penas da estância física por abençoado material de tua própria edificação.
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E, aprendendo e servindo infatigavelmente, sem qualquer inventário de sacrifício e sem qualquer preocupação pelo tempo adequado ao reajuste, conseguirás o equilíbrio interior, tecendo com a própria luta, as asas com que livrarás nos cimos da vida, em pleno triunfo.
PERANTE O DINHEIRO
Emmanuel
Não condenem o dinheiro que te incentiva os passos na evolução.
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Qual acontece à eletricidade ou à força explosiva, o ouro não é bom nem mau em si mesmo, dependendo os seus efeitos da aplicação que lhe conferimos.
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Com o homem e com o dinheiro, o Senhor levanta a civilização às culminâncias da luz, mas o homem, às vezes, com desenfreada ambição senhoreia o dinheiro que é fazenda do Senhor e estende o calamitoso poder da sombra, através das guerras que lhe flagelam a vida.
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Com o homem e com o dinheiro, o Senhor conduz as nações ao santuário da ciência, emprestando-lhes os talentos da cultura e da arte, mas o homem, geralmente mestre da vaidade, domina o dinheiro que é patrimônio do Senhor e enlameia o caminho da comunidade com as trevas do desequilíbrio e da insensatez.
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Com o homem e com o dinheiro constrói o Senhor para a Humanidade, o refúgio doméstico, mas, em muitos lances da vida, o homem com o egoísmo absorve o dinheiro que é propriedade do Senhor e convertem o lar em trincheira de ominosas paixões que extravasam em fogueiras de perturbação e ódio.
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Com o homem e com o dinheiro ergue o Senhor o templo da justiça, na Terra, mas o homem, com maldade calculada; aprisiona o dinheiro que pertence ao Senhor e com ele fabrica o fel da venalidade com que aniquila a existência dos semelhantes.
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Não há maldição no ouro da Terra que é sangue do trabalho e baluarte do progresso, no aperfeiçoamento do mundo, mas sim em nós mesmos quando nos algemamos ao desregramento da ignorância e da delinqüência, escravizando-o à nossa inferioridade e às nossas paixões, para adubar com ele as raízes do mal.
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PIEDADE DO VERBO
Emmanuel
Não olvides aquela piedade ao alcance de todos, grande e nobre em todos os lances da vida!...
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Ampara sem ferir e socorre sem humilhar.
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Erguida nos alicerces do perdão claro e simples, ainda mesmo nas horas graves, a piedade é paz e compreensão.
Referimo-nos à piedade do verbo, sem a qual o ouro e o pão da beneficência amargam mais que o fel.
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Não te esqueças da palavra que reergue e abençoa e que, sendo amparo e renovação, brilha no mundo à maneira de luz solar.
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Fácil será sempre distinguir os fracassos e os erros, as mazelas e as deserções.
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Fácil será destacar chagas e cicatrizes, indicando-lhes medicação adequada...
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Entretanto, o amor que vem do Alto, levantando almas e vidas, usa o verbo mágico do entendimento que reconforta e restaura.
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Grande; serás no mundo, repartindo as sobras da mesa e os recursos da bolsa, em favor daqueles que te partilham a marcha humana, no entanto, será bem-aventurado pela palavra consoladora com que operes a ressurreição das esperanças semimortas.
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Em casa ou na via pública, à frente dos homens ou diante da natureza, não condenes onde não possas auxiliar.
*
Cala a frase impensada, adoça a inflexão de tua voz e conversa auxiliando.
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Muitos semeiam moedas e distribuem alimento, diminuindo o tiranizante poder da penúria.
Muitos espalham o alfabeto e a instrução, reduzindo a influência da ignorância.
Entretanto, somente pelo verbo compassivo, é que a caridade se faz amor e que a cultura se converte em educação, ante a misericórdia e a justiça de Deus.
QUANTO MAIS
Emmanuel
Quanto mais tiveres, mais, ser-te-á acrescentado, - disse-nos o Senhor.
*
Para que lhe compreendamos o ensinamento, vejamos a natureza.
Quanto mais repouso na enxada, mais amplo se lhe farão o assédio da ferrugem, conduzindo-a do descanso à plena inutilidade.
Quanto mais estanque o poço, mais envenenadas se lhe farão as águas, passando da inércia à letalidade completa.
Quanto mais abandonado o fruto amadurecido, mais profunda se lhe fará a corrupção, descendo à imprestabilidade.
Eis porque, a Lei estenderá as forças que exteriorizamos, à maneira da lavoura em cujas atividades cada semente produz em regime de multiplicação.
*
Quanto mais egoísmo – mais aviltamento.
Quanto mais repouso indébito – mais preguiça.
Quanto mais vaidade – mais aflição.
Quanto mais ciúme – mais desespero.
Quanto mais delinqüência – mais remorso.
Quanto mais erro – mais reajuste.
Quanto mais desequilíbrio – mais sofrimento.
Quanto mais trabalho – mais progresso.
Quanto mais boa vontade – mais simpatia.
Quanto mais humildade – mais bênçãos.
Quanto mais bondade – mais triunfo.
Quanto mais serviço – mais auxílio.
Quanto mais perdão – mais respeito.
Quanto mais amor – mais luz.
*
Examina o que sentes e pensas, o que dizes e fazes, porque a Lei multiplicará sempre os recursos que ofereces à vida, restituindo-te compulsoriamente o bem ou o mal que pratiques, de vez que inferno ou céu, alegria ou dor, felicidade ou obstáculo em nosso caminho, é sempre a Justiça Divina a expressar-se conosco e por nós, conferindo-nos isso ou aquilo, de conformidade com as nossas próprias obras.
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O lar é o porto de onde a alma se retira para Além do Mundo e quem não transporta no coração o lastro da experiência cristã, dificilmente escapará de surpresas inquietantes e dolorosas.
SAIBAMOS PENSAR
Emmanuel
Se pretenderes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.
*
Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.
Hora a hora, aprendamos a pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.
*
Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.
Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mão fraterna.
*
Ante o delinqüente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.
*
Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas réus braços no gelo da indiferença.
*
Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine a ver e a servir.
*
Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.
*
Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.
*
Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.
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E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus.
SE TIVERES PACIÊNCIA
Emmanuel
Se tiveres paciência, serás o sustentáculo do instituto doméstico, evitando conflitos e contendas entre aqueles que mais amas.
*
Se tiveres paciência, auxiliarás ao colega de trabalho na inexperiência que demonstre, amparando-lhe o espírito contra a inquietação do desemprego e angariando um amigo para o dia de tuas necessidades.
*
Se tiveres paciência com os amigos de teu grupo social, conseguirás vaciná-los contra o delírio da discórdia e contra o frio do desânimo.
*
Se tiveres paciência com o teu próprio corpo, abstendo-te dos desmandos da cólera e das extravagâncias da alimentação, resguardarás a própria saúde.
*
Se tiveres paciência, saberás cultivar a tolerância e a cortesia, nas vias públicas, sobrepondo-te, quase sempre, aos assaltos da delinqüência.
*
Se tiveres paciência, a paz em ti se te fará clima da esperança e do otimismo, que te sustentarão nos caminhos do Bem.
SEMI MORTOS
Emmanuel
Um homem que descia de Jerusalém para Jericó caiu em poder de ladrões que o despojaram, cobriram de ferimentos e o deixaram semimorto...
- Começa Jesus o ensinamento inesquecível da parábola.
*
Em todos os tempos, encontramos também os semimortos da alma, nas estradas do mundo:
Os caídos a golpes de incompreensão...
Os desorientados que o ateísmo empurrou para o nevoeiro de sofrimento...
Os mutilados da mente, que a calúnia atropelou em pleno trabalho...
Os cansados de solidão...
Os que se emaranharam no espinheiral da revolta...
Os envenenados de desespero...
Os perseguidos pela dúvida destrutiva...
Os prisioneiros da obsessão...
As vítimas do desânimo...
Os que sucumbiram sob a hipnose de sugestões infelizes...
Os feridos de angústia...
Os que foram esquecidos na sombra da ignorância...
*
Companheiros do mundo; sois Espíritos eternos, em viagem educativa na escola e na oficina do Planeta; Ao término da jornada conhecereis o que aprendestes e colhereis o que semeastes. A Terra é tão-somente a estalagem a que chegastes ontem e da qual partireis amanhã; Acumulai os tesouros da felicidade futura, aperfeiçoando-vos pelo estudo e servindo aos outros, quanto puderdes!... Sobre tudo, meditai nos outros viajores em condições mais difíceis que as vossas e aproveitai o vosso privilégio de entender e de auxiliar!...
SIMPLIFICA
Emmanuel
Se desejares a bênção da paz, simplifica a própria vida para que a tranqüilidade te favoreça.
*
Muitos recorrem ao auxílio dos outros, esquecendo a necessidade do auxílio a si mesmos.
Encarcera-se no cipoal das preocupações sem proveito, adquirindo compromissos que lhes prejudicam a senda e acabam suplicando o socorro da caridade, quando, mais avisados, poderiam entesourar amplos recursos para a assistência generosa aos mais desfavorecidos do mundo, empregando o talento das horas nas mais ricas sementeiras de simpatia.
*
É que se extraviam nas ambições desregradas, buscando para si próprios os grilhões do sofrimento ou afixando aos ombros frágeis pesados fardos, difíceis de suportar.
*
Não se contenta em viver com segurança o dia que o Senhor lhes concede.
Preferem lamentar por antecipação as tempestades prováveis do amanhã remoto que, talvez, jamais sobrevenham.
Não se conformam com o pão abençoado de hoje.
Reclamam celeiro farto para longo tempo, à frente da vida, ignorando as alterações e provas que os espreitam.
*
Não se alegram com o agasalho valioso de agora.
Exigem guarda-roupa repleto e variado de que provavelmente não mais se utilizarão, enquanto companheiros da jornada, enquanto companheiros da jornada humana exibem a pele desnuda e fria.
Não se resignam a possuir o dinheiro prestimoso que lhes soluciona os problemas da hora em curso.
Suspiram pela caderneta de banco, dominadora e invejável, que lhes marque o nome com a melhor expressão financeira, não obstante a penúria que, muitas vezes, magoa o lar alheio.
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Aprende a viver o mínimo que Deus te empresta no corpo físico, amealhando a luz do conhecimento nobre e fazendo aos outros o bem que possas.
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Auxilia, perdoa, trabalha, ama e serve, gastando sensatamente os recursos que o Céu te situou no caminho e nas mãos, como quem sabe que a Contabilidade Divina a todos nos procura no grave instante do acerto justo.
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E, simplificando as próprias experiências, reconhecer-te-ás mais leve e mais feliz, habilitando-te, por fim, à libertação espiritual que, infalivelmente, convocar-te-á, hoje ou amanhã, para o regresso à Vida Maior.
SÚPLICA DA CRIANÇA AO HOMEM
Emmanuel
AMIGO!
Auxilia-me agora, para que eu te auxilie depois.
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Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância ou à crueldade.
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Venho ao encontro de tuas nobres aspirações, de teu convívio, de tua obra...
Em tua companhia estou na condição da argila nas mãos do oleiro.
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Hoje sou sementeira, fragilidade, promessa...
Amanhã, porém, serei tua própria realização.
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Corrige-me, com amor, quando a sombra do erro envolver-me o caminho, para que a confiança não me abandone.
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Protege-me contra o mal!...
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Ensina-me a descobrir o bem, onde estiver.
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Não me afastes de Deus e auxilia-me a conservar o amor e o respeito que devo às pessoas, aos animais e às coisas que me cercam.
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Não me negue tua boa vontade, teu carinho, tua paciência...
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Tenho tanta necessidade do teu coração, quanto a plantinha tenra precisa da água para prosperar e viver.
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Dá-me tua bondade e dar-te-ei cooperação.
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De ti depende que eu seja pior, ou melhor, amanhã.